Veja aqui o que muda na cadeia de reciclagem no Brasil com a chegada do novo Programa Recicla+ e dos créditos de reciclagem.
Em abril de 2022 foi criado o Recicla+, programa tem por objetivo incentivar os investimentos na cadeia de reciclagem de embalagens.
Esse incentivo ocorre por meio do mercado de Certificados de Créditos de Reciclagem.
No modelo de créditos de reciclagem, as empresas escolhem compensar os danos ambientais da comercialização de embalagens.
Desse modo é possível garantir a reciclagem de resíduos proporcionais em tipo (papel, plástico, vidro ou metal), volume e na mesma região onde foram vendidos.
Além de destacar a responsabilidade das empresas em cuidar de seus resíduos, como resultado o Recicla+ reforça a importância da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
E foi a partir da PNRS que se estabeleceu a meta de reciclagem de ao menos 22% do volume de embalagens produzidas no país.
Da mesma forma, com Recicla+, o mercado pode atingir esse índice via compensação ambiental.
Qual a importância da compensação ambiental?
A compensação ambiental é importante porque a logística reversa tradicional (recuperação dos próprios resíduos) é um desafio no Brasil devido ao tamanho do nosso território e o transporte, na maioria das vezes, ser rodoviário.
Com a compensação, se uma marca vendeu embalagens de papelão, por exemplo, ela pode reciclar itens equivalentes, ou seja, outras embalagens de papelão com o mesmo tamanho e na mesma região.
Desse modo, é possível garantir o investimento nas centrais de triagem. São elas que enviam o material para a indústria recicladora recolocar no mercado.
Vale destacar que, embora tenha chegado ao Brasil apenas em 2017, a compensação ambiental já é desenvolvida na Europa há mais de duas décadas e tem ajudado o setor privado no cumprimento da legislação e na prática de seus compromissos ESG.
O que PNRS e Recicla+ têm em comum?
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), as organizações devem reciclar ao menos 22% do volume de embalagens produzidas. A meta é progressiva e chega a 45% em 2031.
Com o Recicla+, a alternativa de compensar os danos gerando benefícios proporcionais se fortalece e contribui para a evolução das taxas de reciclagem do Brasil.
Sendo assim, é possível preparar o setor, ao longo do tempo, para que a infraestrutura avance e mais resíduos sejam reaproveitados.
Para cumprir as leis, as empresas podem optar por sistemas de logística reversa próprios ou coletivos, o que amplia as possibilidades e os resultados, além de remunerar os profissionais.
Veja neste vídeo perguntas e respostas sobre o Recicla+:
Novos papéis definidos pelo Recicla+
Como já falamos em outros posts, a PNRS definiu a responsabilidade compartilhada entre todos os atores do ciclo (fabricantes, distribuidores, comerciantes, importadores, consumidores e agentes de limpeza) na gestão dos resíduos.
Já o Recicla+ trouxe algumas mudanças por meio da atribuição de novos papéis aos diversos agentes da cadeia da compensação ambiental. São eles:
- Empresa: pessoas jurídicas que fabriquem, importem, comercializem ou distribuam produtos ou embalagens, inclusive aquelas que detém marcas ou realizam envase, montagem ou manufatura;
- Entidade gestora: empresas administradas por entidades representativas dos diversos setores, com o objetivo de trazer estrutura, implementar e operacionalizar sistemas de logística reversa coletiva. Com isso bem organizado, é possível garantir estrutura transparente e segura;
- Verificador independente: as entidades gestoras não trabalham sozinhas. O programa criou o papel de checagem e validação dos resultados por meio dos verificadores independentes, para que não aconteçam fraudes ou haja duplicidade de notas fiscais. É quem rastreia o processo, comprovando a destinação correta dos resíduos e dos volumes declarados;
- Grupo de acompanhamento de performance: formado por entidades representativas de fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e entidades gestoras, é responsável por acompanhar e verificar a evolução do cumprimento das metas, reportar os resultados ao Ministério do Meio Ambiente e divulgar a implementação do sistema de logística reversa;
- Operador: empresa pública ou privada que faz a recuperação de produtos ou de embalagens recicláveis para a indústria reaproveitar e reinserir no ciclo produtivo e fazem parte da operação física de todo o processo.
Veja também: Instituto Giro, a Entidade Gestora da eureciclo
Como avançar nas práticas ambientais?
A eureciclo foi a primeira empresa da América Latina a oferecer certificados de reciclagem. A solução atua por meio de tecnologias como blockchain e inteligência artificial, que garantem a checagem dos documentos.
Além disso, o selo eureciclo nas embalagens indica que aquela empresa está comprometida com o investimento na cadeia de reciclagem em todo o Brasil, cumprindo ainda com a legislação vigente.
Para as empresas que querem não apenas cumprir a legislação, mas se engajar verdadeiramente na jornada ESG, o Recicla+ é um facilitador importante.
Com a definição dos Certificados de Créditos de Reciclagem é possível avançar nas práticas ambientais e ainda remunerar centrais de triagem ao redor do país pelo serviço prestado.
No caso da eureciclo, as empresas podem ir além e aderirem ao selo de 200 e 100%, que comunicam:
- Selo eureciclo 200%
Criado para empresas que querem fazer a diferença no mundo. Com o eureciclo 200%, para cada embalagem de seu produto, nós compensamos 2 equivalentes.
- Selo eureciclo 100%
Com este selo será compensado 100% o equivalente ao volume total de suas embalagens. Ou seja, ao adquirir o eureciclo 100%, para cada embalagem colocada no meio ambiente, 1 embalagem equivalente será reciclada.
Por fim, não podemos esquecer que, assim como outras questões de sustentabilidade, a logística reversa é uma iniciativa que conta com diversos atores. Neste sentido, todos são fundamentais, sejam eles: empresas, profissionais de triagem, cooperativas e operadores privados, entidades gestoras, órgãos de fiscalização e os consumidores.
Tenho uma empresa que trabalha com reciclagem e queria saber mais sobre o projeto de crédito de reciclagem Allan benrecicle Ambiental