Muito se fala em sustentabilidade e logística reversa, mas o que já está sendo feito? Como novas empresas estão reinventando seus setores?
Por que sustentabilidade?
Em 2010 o Governo brasileiro elaborou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que define diversas diretrizes e normas para reduzir o volume de resíduos sólidos que vão para aterros sanitários. Para ter um pequeno panorama da situação do nosso país, apenas em 2015 foram consumidas 6,99 milhões de toneladas de plástico
Um estudo feito por cientistas americanos revelou que o ser humano produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico, de 1950 até 2015. Dessa quantidade, apenas 9% foi reciclado, 12% incinerado e 79% está em aterros ou na natureza. Se você já sabe que o plástico pode levar até 450 anos para se decompor… Bom, isso levará um tempão para desaparecer do nosso planeta.
Muitos consumidores já se preocupam com este problema, como mostra o Indicador de Consumo Consciente (ICC) calculado em 2016. Nele foi constatado que 53,7% dos entrevistados (de classes A, B, C, D e E) geralmente analisam produtos e marcas e, se a empresa produtora adotar práticas prejudiciais ao meio ambiente ou à sociedade, desistem da compra. Por isso, é hora de começar a pensar em sustentabilidade.
Upcycling: resíduos reciclados como matéria prima
Quando se pensa no processo produtivo, quase sempre pensamos em: matéria-prima, recursos e agentes transformadores atuando sobre ela, tornando-a em um produto comercializável. Acontece que algumas novas empresas estão repensando esta lógica. Em vez da matéria prima ser um material virgem, utilizam um reutilizado ou reciclado.
A Retalhar, por exemplo, usa como matéria prima resíduos têxteis que seriam descartados – como uniformes – para criar novos produtos. Com isso, evita que toneladas de tecidos sejam incineradas ou terminem em aterros. Assim conseguem baratear seus produtos ao usar o que outros iriam jogar fora.
Já a Massaria Artesanal, um bistrô paulistano, optou por compostar seus resíduos orgânicos e utilizar o húmus como fertilizante para sua própria horta, que produz uma parte dos ingredientes utilizados em seus pratos. Uma economia circular, assim como a natureza.
Com um pouco de criatividade e esforço para pensar fora da caixa, é possível repensar seu modelo de produção e reinventar seu setor de atuação.
Compensação ambiental: uma nova logística reversa
Outra alternativa para tornar sua empresa mais sustentável é o sistema de compensação ambiental. A logística reversa não precisa ser convencional, com o retorno direto das embalagens até o fabricante. Assim como o crédito de carbono, é possível compensar o impacto ambiental de suas embalagens.
Se sua empresa produz X toneladas de embalagens por mês, teoricamente ela teria que retornar todas elas e reciclar esta mesma quantidade, certo? Mas, já que o material das suas embalagens é o mesmo de muitas outras, porque não pagar pela reciclagem de X toneladas de resíduos de mesmo material que o delas?
Pois é, parece bem mais econômico que fazer um sistema de retorno e, de fato, geralmente é. Mais de 80 empresas já fazem a compensação ambiental de suas embalagens através do Selo eureciclo, uma certificação que intermedia e garante este processo. Apesar de ser uma solução nova aqui no Brasil, ela já é adotada há muitos anos em diversos países, como França, Alemanha, Reino Unido e outros países da Europa.
E aí, que tal pensar fora da caixa e inovar na sua empresa?