4 passos para adotar a sustentabilidade corporativa na sua empresa

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Sustentabilidade corporativa: 4 passos para adotar na sua empresa

Já ouviu falar de sustentabilidade corporativa mas ainda não entendeu muito bem? Aqui explicaremos melhor o que é e como adotá-la em sua empresa.

1: Compreenda os conceitos por trás da sustentabilidade corporativa.

A partir da definição de desenvolvimento sustentável em que: a satisfação das necessidades das gerações atuais deve ser atendida sem que haja o comprometimento da capacidade das próximas gerações em satisfazer suas necessidades, é possível entender e definir a ideia de sustentabilidade corporativa.

Entender o que é sustentabilidade corporativa

O conceito de sustentabilidade corporativa

A sustentabilidade corporativa prevê o equilíbrio entre os aspectos financeiro, ambiental e social na gestão das empresas, que devem ser apresentados e tratados de forma inseparável, não como concorrentes ou competidores entre si. Então, são adotadas práticas que fortalecem os negócios de forma integrada. Uma empresa que não pensa em sustentabilidade deixa de ser competitiva, uma vez que os consumidores buscam, cada vez mais, empresas que trabalhem com os impactos ambientais, sociais e econômicos de seus negócios. Além de visar medidas compensatórias para minimizar os seus impactos é essencial demonstrar, por meio de relatórios de sustentabilidade e adoção de indicadores, os compromissos assumidos em relação aos riscos que os negócios representam.

As organizações têm buscado inserir a sustentabilidade em seus negócios por uma questão de sobrevivência e perenidade. Uma das formas utilizadas pelas empresas para demonstrar a diminuição dos efeitos negativos de suas atividades sobre o meio ambiente e seu impacto na sociedade são as normas de gestão ambiental, em específico, a ISO 14001. Seguir essa norma significa a melhoria contínua de padrões ambientais, através de objetivos e sistemas de gestão para alcançá-los. Adicionalmente, se estabelece uma estratégia e diretrizes genéricas no direcionamento das políticas, planos, projetos e programas ambientais da empresa.

2: Entenda a consequência dos impactos ambientais para a economia das empresas

O desperdício de recursos pelas empresas impacta significativamente no gasto em supri-lo, além de ser prejudicial para o meio ambiente. Um exemplo de desperdício de recursos é na engenharia civil: de acordo com uma pesquisa realizada por professores da Escola Politécnica da USP, de 1997 a 2000, em 100 canteiros de obras de 12 estados, se concluiu que, em relação ao previsto no projeto, gastam-se em média 20% a mais em peso de materiais como areia, cimento, pedra e cal. A mesma pesquisa apurou que a média de desperdício de areia é de 76%; a de cimento de 95%; a de pedra de 75%; e a de cal de 97%. Grande parte dessas perdas poderia ser reduzida com a eficiência da gestão destes materiais, na estocagem e manuseio, cuidados estes totalmente razoáveis e de pronta aplicabilidade. Multas por degradação ao meio ambiente podem prejudicar não só o capital da empresa, mas também sua imagem perante o público. Portanto, atender às normas estabelecidas pelo governo federal é essencial para manter uma boa conduta empresarial e evitar prejuízos.

Entenda as consequências do impacto ambiental para a eocnomia da sua empresa

Os prejuízos

Alguns prejuízos que podem atingir uma empresa que negligencia seus deveres com o meio ambiente são:

  • Processos judiciais;
  • Perda de competitividade;
  • Autos de infração;
  • Danos à imagem da organização;
  • Perda ou impeditivo para certificações.

A legislação

A Lei de Crimes Ambientais (n.o 9.605 de 12 de fevereiro de 1998) determina as sanções penais e administrativas por condutas e atividades prejudiciais ao meio ambiente. Empreendimentos não sujeitos a licença ambiental também são incluídos nesta lei, pois condutas que ignoram tais normas, mesmo não impactando o meio ambiente diretamente, são consideradas condenáveis. Segundo a Lei de Crimes Ambientais, os crimes são classificados em tipos diferentes: contra a fauna, contra a flora, contra poluição, contra o ordenamento urbano e contra o patrimônio cultural e infrações administrativas. Além de pagar as multas e se adequar às normas estabelecidas pela Lei, para se redimir completamente e melhorar sua imagem perante ao público, uma empresa engajada pode investir em:

  • Prestação de serviços à comunidade através de custeio de programas e de projetos ambientais;
  • Execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
  • Contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

Já a Política Nacional de Resíduos Sólidos (n.o 12.305, de 2 de agosto de 2010.) define diretrizes para o descarte e responsabilização pelos resíduos sólidos. Essa responsabilidade fica dividida no âmbito governamental, corporativo e do consumidor, onde todos os agentes devem se repsonsabilizar por parte da destinação adequada dos resíduos sólidos. No caso das empresas, fica instituído a responsabilidade acerca do descarte durante o processo produtivo e pós-consumo, que seriam os resíduos gerados por suas embalagens. Aqueles que não se adequarem a tais diretirizes, estarão sujeitos a multas relativas ao impacto do passivo ambiental da empresa.

Deve-se também levar em conta que nas últimas quatro décadas, a humanidade passou a consumir mais do que o triplo de matéria-prima em todo o mundo, devido ao crescimento global. Porém se mantermos esses padrões atuais de extração e consumo, em 2050 será necessário extrair mais de 180 bilhões de toneladas de matéria-prima para satisfazer a demanda de nove bilhões de habitantes que habitarão a Terra. Essa quantidade de matéria-prima explorada traz muitas consequências ambientais e resulta em maior pressão sobre o meio ambiente por unidade de atividade econômica, uma vez que os recursos explorados são finitos e tendem a acabar se não forem cultivados.

3: Analise as opções de indicadores de sustentabilidade corporativa

As questões de sustentabilidade no mundo se tornaram um tema mais popular após a publicação o relatório de Brundtland ou “Nosso Futuro Comum” em 1998. Ele trouxe o conceito de desenvolvimento sustentável desenvolvendo uma ideia de haver um indicador para a sustentabilidade, ou seja, a criação de uma abordagem que pudesse mensurar o impacto social, ambiental e econômica do consumo de recursos para as próximas gerações. Cada indicador possui um perfil que se adequa melhor a uma empresa e ao seu objetivo. É importante avaliar com calma os aspectos da sustentabilidade corporativa que a empresa gostaria de abordar em sua análise e verificar qual indicador se aproxima mais disso.

Analise os indicadores de sustentabilidade corporativa

Alguns indicadores

  • Pegada Ecológica ou “Ecological Foorprint” (EF): A Pegada Ecológica significa a quantidade de recursos que precisamos para manter nosso estilo de vida. Quanto maior nossa Pegada Ecológica, maior a quantidade de recursos que consumimos e portanto, maior o nosso impacto no planeta.
  • Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de São Paulo, no Brasil, criado em 2005: esse índice compara as empresas cadastradas na BOVESPA, as analisando sob o parâmetro da sustentabilidade corporativa. Assim, a Bolsa de São Paulo, pode oferecer a seus investidores, opções de carteira que apresentem comprometimento no quesito responsabilidade social e sustentabilidade empresarial.
  • Índice de Sustentabilidade do Dow Jones (DJSI – Dow Jones Sustainability Index): lançado em 1999, Dow Jones Sustainability Index foi o primeiro indicador de sustentabilidade corporativa a nível global. Oferece uma avaliação sobre a estratégia financeira da empresa em atingir a sustentabilidade, assim como os custos, riscos e oportunidades implicadas no processo.
  • Global Reporting Initiative: desenvolvido através de uma parceria entre a ONG americana CERES – Coalition for Environmentally Responsible Economies e pelo 6 Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP). Esse indicador tem como objetivo tornar mais rigoroso e com maior qualidade os relatórios para a sustentabilidade corporativa. Segundo o Global Reporting Initiative (2003), o relatório deve ser usado de maneira voluntária pelas organizações que desejam relatar dimensões econômicas, ambientais e sociais de suas atividades.
  • Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial: Desenvolvido em 2000, tem por objetivo ser uma ferramenta de autodiagnóstico cuja principal finalidade é auxiliar as empresas a gerenciarem os impactos sociais e ambientais decorrentes de suas atividades.

Os indicadores e o desempenho da empresa

É possível dizer que o desempenho da empresa nos Indicadores de Sustentabilidade Empresarial está intimamente ligado à:

  • Inovação tecnológica e gerencial, por exemplo para eliminar desperdícios;
  • Diferenciação de produtos e reposicionamento de mercado, por exemplo, entendendo que para alguns consumidores tais produtos são maiores que sua qualidade de vida;
  • Acesso a fontes preferenciais de financiamento com fontes que usam requisitos socioambientais para liberar crédito;
  • Gerenciar riscos operacionais, ligados a poluição e desastres ambientais, ou seja, relacionar a sociedade com a lei;
  • Investimentos em reciclagem;
  • Utilização de transportes alternativos aos particulares;
  • Capacitação das equipes com cursos ligados à sustentabilidade;
  • Utilização de fontes de energia renováveis;
  • Investimento em um bom ambiente profissional à todos os empregados da empresa, afinal responsabilidade social também faz parte do conceito de sustentabilidade.

4: Leve em conta experiências de outros negócios e tomar as próprias iniciativa para mudar os impactos ambientais e reduzir a pegada

Diante da necessidade de medir as pegadas ecológicas deixadas pelas empresas, foi criada uma calculadora virtual, chamada por “Calculadora da Pegada Ecológica”, desenvolvida pela World Wide Fund for Nature (WWF, Fundo Mundial para a Natureza), em que torna possível e prático o cálculo do impacto ambiental. A calculadora avalia a demanda humana pelos recursos naturais e a capacidade regenerativa dos mesmos, ou seja, possibilita para nós vermos quanto ainda temos de recursos ecológicos na natureza. Todos esses cálculos são baseados nos dados de consumo do Brasil como, por exemplo, agricultura, florestas, pastos para as pessoas compararem o quanto ainda está disponível e o quais pegadas estamos deixando. A calculadora, para melhor aproveitamento, está dividida em cinco grupos: moradia, alimentação, bens, serviço, tabaco e transporte. O maior benefício que a calculadora oferece é a chance de descobrir onde é necessário atuar, incentivando o consumo responsável e alertando a população com dicas sobre como diminuir este impacto.

Inovações

Como outra alternativa para diminuir a pegada ecológica, em 2007 foi desenvolvido um vidro 100% reciclável por uma empresa multinacional para diminuir o consumo de energia e água em fabricação de embalagens de vidro, inicialmente de vinho e depois para todos os tipos de embalagens. Redes de fast-food também criaram um projeto, diante da utilização de mais de três milhões de litros de óleo para fritura, envolvendo a reciclagem deste para produção de biodiesel reduzindo a emissão de gás carbônico. Este projeto, chamado Projeto Biodiesel, conta com parcerias de outras grandes empresas multinacionais. Outra área que merece importância, é a de recurso hídrico referente a empresas de tingimento de tecidos. Diante da situação, foi encontrada a solução de reaproveitar a água sem colocá-la em nenhum tratamento.

 

Artigo escrito pela equipe da Seiva Júnior.

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